Rage Applying: conheça esse fenômeno de grande impacto no mundo corportativo

Por Brunella Tristão Simonelli

Se você é da área de RH ou está diretamente envolvido com o ambiente empresarial, esse assunto lhe interessa. O Rage Applying diz acerca do comportamento dos profissionais, sobretudo, dos mais jovens, de se candidatarem a um número elevado de vagas. A justificativa, considerando a sua tradução, é a raiva ou a frustração com o emprego atual.

As candidaturas excessivas e indiscriminadas dizem sobre uma percepção de que a única solução seja mudar de emprego, devido à insatisfação salarial, com a carga de trabalho ou com o clima organizacional.

Segundo dados da Talent Trends Brasil 2024, metade dos profissionais no país estão em busca de um novo emprego, principalmente, os que já atingiram uma permanência mínima de um ano no trabalho atual. Já imaginou esse mesmo percentual se desligando de uma única empresa?

O impacto para as organizações é enorme. Se por um lado, o volume de candidaturas se elevada, a qualidade pode diminuir por falta de aderência dos profissionais às oportunidades, já que esses partem de pouco ou nenhum critério de escolha.

Inegavelmente, o RH está sobrecarregado e a informatização dos processos, mais do que nunca, tem sido um recurso imprescindível. Afinal, há muitos outros processos da área a serem desenvolvidos e esses profissionais ficam subutilizados se, simplesmente, contratam e demitem.

O que fazer, então?

Às organizações cabem maior clareza ao comunicar os perfis dos cargos, assim como, salário, benefícios e jornada de trabalho. As empresas precisam, principalmente, estruturar o seu diagnóstico organizacional, de forma a compreenderem o que leva as pessoas a aderirem a esse fenômeno. Afinal, aceitar passivamente que se trata de uma tendência não reduz os impactos negativos dessa realidade. Não há outra saída a não ser aplicar as ações necessárias para reverter o cenário ou se adaptar a ele de uma forma menos dolorosa e custosa.

Aos profissionais fica a recomendação de que respeitem, sim, a sua insatisfação, mas que procurem fazer a transição de forma mais assertiva. As candidaturas sem critério ou com baixa aderência ao perfil ou ao objetivo de carreira, transmitem instabilidade e falta de foco profissional. Portanto, a mudança deve ser no sentido de livrar-se de um descontentamento e, ao mesmo tempo, aproximar-se de uma posição que agregará à carreira e ao desenvolvimento pessoal.

Eu costumo dizer que se as empresas selecionam talentos, o mesmo vale para os trabalhadores que devem pesquisar a reputação das organizações e se candidatarem àquelas alinhadas aos seus valores e propósito. A via não é única; é de mão dupla e há tempos que é assim.

brunella@talentorh.net

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