Por Brunella Tristão Simonelli
No último dia 3 comemoramos o Dia do Profissional de Recursos Humanos (RH). Esse profissional que se tornou indispensável às organizações vê o seu papel passar por transformações significativas, que o tem levado para outros patamares de atuação.
Enquanto os processos da área foram vistos meramente por uma perspectiva legal, tivemos esse profissional imerso em questões de ordem trabalhista. Na medida em que o discurso das pessoas certas nos lugares certos avançava, vimos essa carreira focada nos processos seletivos.
Muitos, por uma questão de estrutura e cultura organizacional, ainda têm suas atuações limitadas a essas duas áreas. Outros avançaram para a área do desenvolvimento humano e organizacional e estão envolvidos com os programas de treinamento e de mentorias.
Algumas organizações contam com o business partner, que atua como um elo entre a área de RH e as demais, exercendo o papel de consultor interno e parceiro estratégico dos gestores, contribuindo para a melhoria da performance da empresa e do desempenho das equipes.
Até aqui vimos uma jornada importante com transformações significativas. Quais são, contudo, as tendências e perspectivas para a área?
Inegavelmente, temos uma avalanche de transformações tecnológicas, então, ferramentas de recrutamento inteligente, sistemas de gestão de desempenho, plataformas de learning experience, e o uso da Inteligência Artificial até mesmo para a personalização de programas de desenvolvimento chegarão mais cedo ou mais tarde. Cada vez mais teremos o uso estratégico de dados para prever comportamentos, necessidades e tendências de talentos, fazendo com que o setor se configure mais preditivo, do que reativo.
É bem possível que esse profissional atue na estruturação de políticas de trabalho flexível e no apoio à gestão de equipes remotas e multiculturais. As políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) são imprescindíveis para a estratégia e consolidação da marca empregadora, que tende a tornar a jornada do candidato tão importante quanto a do cliente. Afinal, as empresas precisam atrair talentos.
Nesse momento eu destacaria as questões de saúde mental e bem-estar no trabalho como a grande tendência para a área. Serão crescentes as ações voltadas para o equilíbrio emocional, apoio psicológico, qualidade de vida e prevenção do burnout. O RH será o grande articulador entre gestão, saúde corporativa e cultura de cuidado, até mesmo porque as legislações caminham nesse sentido.
Esses profissionais precisarão, então, intensificar o caráter interdisciplinar de sua atuação, já que essa tendência também envolve outras áreas: saúde ocupacional, engenharia de segurança do trabalho, ergonomia, direito trabalhista, entre outras.
Não tem como ser diferente. Se as pessoas evoluem, se os processos mudam, obviamente, esse profissional estará colado nessas necessidades e tendências. Que estejamos preparados e atualizados sempre. Ademais, parabenizo-os por escolherem uma carreira que impacta tantas pessoas.