O processo de desligamento como uma prática de gestão estratégica de pessoas.

Por Brunella Tristão Simonelli

Muito se fala no papel do setor de Gestão de Pessoas (GP) durante a admissão, que engloba desde a seleção, à integração (onboarding). Mas, você sabia que a GP pode ser bastante estratégica, também, no desligamento (offboarding)?

Isso mesmo! Assim como a contratação, o desligamento envolve várias etapas, sobretudo, quando a empresa valoriza a humanização desse processo. A transição pode ser suave e estratégica, tanto para a organização, quanto para o colaborador.

Por mais que seja um processo delicado, a comunicação deve ser clara e respeitosa, fazendo com que o profissional entenda os motivos do seu desligamento ou que a empresa compreenda o pedido de demissão. A objetividade e a transparência valem, ainda, para a explicação de toda a parte documental da rescisão, prazos, compensações, utilização do plano de saúde e demais benefícios.

Paralelamente, a equipe do profissional desligado deve ser preparada para essa transição, seja para uma redistribuição de responsabilidades, seja para acolher um novo colaborador.

Algumas organizações vão além e adotam o outplacement, que consiste em instruir e capacitar os colaboradores desligados para que possam se recolocar no mercado de trabalho. Dessa forma, demonstram um compromisso com aqueles que deram a sua contribuição durante a vigência do contrato de trabalho, facilitam a reinserção desse profissional e reduzem os impactos da rescisão para a organização e para o trabalhador.

Certamente, essa prática reforça a imagem positiva da empresa para o ex-colaborador, para os que permanecem e para os demais stakeholders.

Ademais, a organização pode utilizar-se desse momento e criar uma oportunidade de diagnóstico, por meio da entrevista de desligamento. Trata-se de um método rápido, simples e de um investimento, que se limita ao tempo do entrevistador, em que a empresa tem a oportunidade de ouvir a opinião daquele profissional sobre como foi trabalhar ali.

A entrevista de desligamento deve acontecer em um momento posterior ao comunicado de demissão ou à solicitação de desligamento, como, por exemplo, em um retorno do profissional à organização para entrega de documentos pertinentes.

Aquele que não tem mais receio de uma possível consequência negativa às suas colocações tem muito a colaborar, no que se refere à avaliação dos pontos fortes e a desenvolver da empresa, às dificuldades que vivenciou ao longo de seu trabalho, ao seu parecer sobre as condições internas e até mesmo, à consideração da possibilidade de voltar a trabalhar ali futuramente.

O desligamento é um processo natural, que retrata o término de um contrato, a partir de uma iniciativa da organização ou do trabalhador, mas que se conduzido adequadamente como mais uma prática de gestão de pessoas, preserva a dignidade do profissional e a reputação da empresa.

Um ciclo verdadeiramente humanizado é respeitoso do início ao fim.

brunella@talentorh.net

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